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A psicologia por trás do onboarding

Gestão de RH | 05 de maio de 2020

Uma pesquisa realizada em 2018 pela consultoria Jobvite mostrou que cerca de 33% dos funcionários americanos deixam seus empregos três meses após a contratação.

 

Isso gera perda de tempo e de recursos financeiros para a empresa porque, nesse pequeno espaço de tempo, não há retorno sobre o investimento realizado.

 

É por isso que organizações do mundo todo já entenderam o porquê é essencial que elas tenham ações de onboarding estratégicas que contribuam para a retenção dos talentos.

 

Na maior parte das vezes, as empresas recrutam e recebem muito bem os novos funcionários. Porém, pequenas falhas acabam gerando desmotivação logo no início. É papel do RH garantir que a chegada dos colaboradores seja o melhor possível, fazendo uso de técnicas de integração entre as equipes e engajamento com a cultura da empresa.

 

Fatores psicológicos

 

O início de uma trajetória é sempre repleta de tensão. Quanto mais empolgado o funcionário estiver, melhor ele vai querer se sair e, consequentemente, mais nervoso estará. Portanto é fundamental que o RH reconheça as aflições de uma pessoa em seu primeiro dia de trabalho, tais como:

 

Primeiras impressões: Desejo de causar uma percepção adequada sobre si mesmo;

Impacto instantâneo: Mostrar que pode trazer contribuições para a equipe;

Segurança e equidade psicológica: Preocupação em ser aceito e entendido pelos outros funcionários;

Conexão cultural: Temor que seu estilo de trabalho e experiência prévia não atendam às expectativas geradas durante o processo de contratação.

 

Compreender a psicologia e o impacto desses fatores estressantes é algo que auxilia a equipe de RH a preparar uma estratégia de onboarding de sucesso.

 

Como atuar na prática

 

Ao longo do primeiro mês é fundamental que a organização se dedique para que a transição e integração do colaborador sejam tranquilas. Uma das maneiras de fazer isso é criar protocolos de treinamento para as equipes que o receberão como forma de fortalecer relações interpessoais e criar redes de apoio e mentoria.

 

Além de ser bem recebido pelas pessoas, o colaborador deve sentir que a empresa precisa dele. Dessa forma, tenha certeza de que, assim que ele chegar, toda a estrutura física e tecnológica que ele precisa para trabalhar esteja pronta. Ou seja, conceda a ele uma mesa limpa, com cadeira confortável e um computador apropriado e já configurado.

 

Uma das piores impressões que o funcionário pode ter é chegar e nada ter sido preparado para recebê-lo, pois gera o entendimento de que ele não é tão esperado ou necessário naquele lugar.

 

Buscando construir um alicerce para esse relacionamento, estabeleça um canal transparente de comunicação com o novo colaborador. Assim ele sentirá que seu trabalho é fundamental para o crescimento da empresa. Por exemplo, evite agendar compromissos e reserve o dia para fazer uma boa recepção.

 

Comece conhecendo seu funcionário e pergunte o que ele espera da empresa e de que forma você, como líder, pode ajudá-lo a se sentir em casa. Dependendo da cultura organizacional, você pode desenvolver ações criativas de integração.

 

Por fim, os programas mais bem-sucedidos de onboarding não se limitam a alocação de recursos e coleta de documentação. Na verdade, os mais efetivos promovem integração entre a empresa, equipes e novos contratados. Assim, com ajuda da psicologia, o RH consegue entender as aflições daqueles que chegam e desenvolver iniciativas que façam com que o ambiente de trabalho seja agradável para todos, desde os mais antigos de casa até os que estão iniciando sua jornada de trabalho.