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Como o design thinking está promovendo a disrupção no RH

Tecnologia e Inovação | 21 de outubro de 2019

Orientado para o protótipo e para a resolução de problemas, o Design Thinking é um processo de inovação centrado no ser humano, em que as equipes são encorajadas a pensar não apenas em novos produtos, mas em soluções para desafios.

 

Enquanto a gestão de projetos tradicional é dividida em estágios fixos e coordenada por um executivo sênior, com a adoção de métodos tradicionais de raciocínio com base nos cargos pré-definidos de cada um, o Design Thinking estimula as equipes a buscarem novas abordagens para vencer os desafios, levando ao desenvolvimento de soluções inéditas e criativas que acabam se tornando novos produtos baseados nas necessidades do usuário.

 

Bem diferente do processo linear da gestão de projetos tradicional, no Design Thinking, os responsáveis pelos projetos podem (e devem) testar várias ideias, e a troca de ideias é, inclusive, uma etapa “obrigatória” de um projeto baseado em Design Thinking.

 

Após a definição do problema, em um projeto de inovação por Design Thinking, a equipe passa por uma etapa de criação de ideias, chamada de ideação, que adota uma série de técnicas para estimular o processo criativo (como o brainstorming), até chegar a uma etapa de prototipação para entender, na prática, o potencial de cada ideia e, finalmente, testá-las. Tudo sempre tendo em vista a resolução de um problema.

 

Para isso, é fundamental conhecer bem o público-alvo. Portanto, uma das primeiras etapas de um projeto de inovação baseado neste conceito é o contato com as pessoas, entendendo a fundo suas necessidades por meio do relacionamento interpessoal.

 

É tudo sobre o desenvolvimento de uma profunda empatia pelo “usuário” e a criação de soluções que atendam às suas necessidades, em vez de focar em processos internos, ou da tecnologia pela tecnologia.

 

O estímulo à criação de soluções transformadoras e eficientes é uma das principais razões por que o Design Thinking tem sido destaque na resolução de desafios complexos nas empresas, especialmente nos casos em que as metodologias clássicas são insuficientes – afinal, foco no problema certo, em combinação com a busca de uma compreensão profunda do usuário, com o objetivo de criar soluções, é fundamental para inovar.

 

Design Thinking não é só para desenvolvimento de produtos

 

Até agora, o Design Thinking tem sido aplicado principalmente no desenvolvimento de novos produtos, serviços e modelos de negócios. No entanto, o Design Thinking pode ser usado em várias áreas para resolver problemas graves, como no design de estruturas e processos organizacionais, na colaboração de equipes, em treinamento e desenvolvimento etc.

 

Muitas vezes começa em departamentos em que o desenvolvimento de produtos ocorre ou como uma iniciativa independente e multidisciplinar para criar novos produtos e serviços. Cada vez mais essas empresas percebem que as ideias e os métodos do Design Thinking podem ser utilizados em objetivos muito mais amplos nas organizações. É por isso que o Design Thinking está se expandindo nas organizações, nos departamentos.

 

Design Thinking em Recursos Humanos

 

Em RH, o design thinking pode ser extremamente útil. Por quê? Porque o Design Thinking se concentra em problemas que são complexos por natureza e em problemas que afetam as pessoas. Isso ajuda a trazer o “humano” de volta ao RH.

 

O Design Thinking traz uma filosofia e um kit de ferramentas para o RH que pode ajudar a fazer uma mudança, oferecendo metodologias para reinventar todo e qualquer aspecto do trabalho. Isso é importante na medida em que a metodologia pode ajudar a área de Recursos Humanos a pensar seus projetos não somente no que tange a processos da área, mas também em soluções sob medida para os funcionários.

 

Trata-se de pensar em novas maneiras de desenvolver o aprendizado, criar conteúdo, gerenciar mudanças, aumentar o envolvimento, integrar ou desenvolver tecnologia ou mesmo reinventar todo o papel do RH.

 

Design Thinking para se concentrar na experiência do colaborador

 

É uma alta prioridade para os profissionais de RH aumentar o engajamento dos funcionários. O Design Thinking oferece todo tipo de ferramentas para criar locais de trabalho inspiradores, novas funções, sistemas de TI fáceis de usar e outras formas de cooperação nas quais o funcionário está no centro. O objetivo é melhorar o engajamento, criatividade e produtividade. A empatia é um requisito básico para isso.

 

As questões abordadas são, por exemplo: como os colegas mais velhos e mais jovens podem aprender uns com os outros, como podemos acelerar o recrutamento, como podemos reduzir a rotatividade de pessoal nos primeiros seis meses, como podemos reter talentos, como projetar um sistema salarial justo etc.

 

O LinkedIn, por exemplo, organizou um programa de seis semanas com mil participantes do Linkedin, mas também o Facebook, o Google e outras empresas do Vale do Silício. O foco principal foi encontrar soluções para questões específicas relacionadas ao baixo envolvimento dos funcionários.

 

Design Thinking para ajudar o RH a alimentar a inovação em toda a empresa

 

Muitas organizações lutam com inovação. Essas são exatamente as empresas que mais podem se beneficiar ao estimular uma cultura de Design Thinking em todos os departamentos.

 

Empresas globais como Proctor & Gamble, por exemplo, desenvolvem competências de inovação de seus funcionários há anos, usando o Design Thinking como base. Ele pode ajudar o RH a cumprir uma missão importante: ajudar a construir a organização inovadora do futuro, integrando uma nova mentalidade, novas atitudes, kits de ferramentas e recursos em todos os projetos e iniciativas que ocorrem dentro da organização.

 

O RH pode aproveitar a abordagem do Design Thinking criando equipes de força-tarefa multifuncionais para projetar práticas relacionadas à integração, aprendizado, gestão de desempenho e recrutamento, melhorando cada prática do setor.

 

Com isso, os processos serão agilizados e terão uma eficiência muito maior, apresentando um cenário mais coerente com a realidade atual e com o ritmo acelerado das transformações.