Saúde e segurança no trabalho: Entenda a importância e como promover
Gestão de RH | 06 de janeiro de 2025
A Saúde e Segurança no Trabalho (SST) é um conjunto de práticas e medidas fundamentais para a proteção de trabalhadores, além de atuar na prevenção de acidentes e na promoção de ambientes laborais seguros e saudáveis.
No Brasil, onde o índice de acidentes ainda é significativo, a SST não é apenas uma obrigação legal, mas também um diferencial competitivo para as empresas que buscam eficiência e reputação positiva.
Entenda a importância da Saúde e Segurança no Trabalho, os impactos de sua ausência e como promovê-la de forma eficaz.
A importância da SST no Brasil
O Brasil tem enfrentado desafios históricos no âmbito da SST. Segundo a Agência Brasil, o país registrou mais de 612 mil acidentes de trabalho em 2022.
Além de alarmantes, esses números geram impactos profundos, não apenas na saúde dos trabalhadores, mas também na economia. Estima-se que, entre 2012 e 2021, o Brasil gastou R$ 120 bilhões em benefícios decorrentes de acidentes e doenças ocupacionais.
Os acidentes de trabalho também representam 10% das notificações feitas ao INSS, ainda de acordo com a reportagem da Agência, os profissionais de enfermagem representam o maior número de profissionais acidentados no trabalho.
Esses acidentes não apenas reduzem a força de trabalho ativa, mas também prejudicam a imagem das empresas, geram altos custos com indenizações e afastamentos, impactando a produtividade. Além disso, a ausência de medidas preventivas pode levar a multas severas e à suspensão de atividades empresariais por descumprimento das Normas Regulamentadoras (NRs).
Legislação e Normas Regulamentadoras
No Brasil, a legislação trabalhista estabelece diretrizes claras para a SST. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e as Normas Regulamentadoras (NRs) são os principais instrumentos jurídicos que determinam obrigações e orientações. Algumas normas fundamentais incluem:
- NR-12: Trata da segurança em máquinas e equipamentos, estabelecendo padrões para prevenir acidentes graves.
- NR-6: Estabelece o uso obrigatório de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), como capacetes, luvas e calçados adequados.
- NR-5: Dispõe sobre a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), que é obrigatória em empresas com mais de 20 funcionários.
As empresas que não seguem essas regulamentações podem enfrentar penalidades severas, incluindo multas e interdições. Além disso, o cumprimento das NRs demonstra um compromisso ético com a proteção dos trabalhadores.
Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trabalho
Os acidentes de trabalho têm impactos que vão além das empresas. Tais casos afetam os profissionais e famílias inteiras, sobrecarregando o sistema público de saúde.
Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o custo global de acidentes e doenças relacionados ao trabalho chega a 4% do PIB mundial. O Brasil, infelizmente, é um dos países com maior número de mortes por conta de acidentes no ambiente do trabalho. Dados do sistema eSocial do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) registraram 2.888 mortes em 2023.
A OIT, por meio do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho do Ministério Público do Trabalho, divulgou outros dados alarmantes: entre 2012 e 2021, mais de 22,9 mil trabalhadores morreram em acidentes de trabalho no Brasil. Esse número evidencia a urgência de políticas públicas mais eficazes, fiscalização rigorosa e maior conscientização para garantir condições de trabalho mais seguras e dignas.
Além disso, trabalhadores expostos a condições inseguras têm maior probabilidade de desenvolver doenças crônicas, como lesões por esforços repetitivos (LER/DORT) e doenças respiratórias. Isso reforça a necessidade de investimentos contínuos em medidas de prevenção.
Como promover a segurança e saúde no trabalho
1. Avaliação e controle de riscos
Uma das principais medidas de prevenção é a identificação e avaliação de riscos no ambiente de trabalho. Isso inclui:
- Mapear áreas e processos que oferecem maior risco.
- Implementar inspeções regulares de equipamentos.
- Garantir a conformidade com normas como a NR-12 para máquinas e equipamentos.
2. Formação e treinamento contínuo
Trabalhadores informados e capacitados têm maior probabilidade de agir de forma preventiva. Dessa forma, oferecer treinamentos regulares sobre práticas seguras, uso de EPIs e resposta a emergências é essencial para consolidar uma cultura de segurança.
3. Cultura organizacional de prevenção
Promover uma cultura que valorize a segurança requer engajamento em todos os níveis da empresa. Cabe aos líderes e gestores serem exemplos e incentivar a comunicação aberta sobre SST. Disponibilizar campanhas educativas e a integração de práticas seguras nas metas organizacionais ajudam a criar um ambiente mais consciente.
4. Investimento em tecnologia e inovação
As soluções tecnológicas, como sistemas automatizados e sensores IoT (Internet das Coisas), podem monitorar condições de segurança em tempo real. Sendo assim, empresas que investem em inovação conseguem identificar problemas antes que eles se transformem em acidentes.
5. Monitoramento e auditoria
Indicadores de desempenho, como taxas de absenteísmo e número de acidentes, ajudam a mensurar a eficácia das políticas de SST. Investir em auditorias periódicas garante que os processos estejam alinhados às normas e às melhores práticas.
Colaboração Tripartite
Durante a pandemia de COVID-19, diversos países demonstraram a eficácia do diálogo tripartite — colaboração entre governo, empregadores e trabalhadores. Em Cingapura, por exemplo, mudanças nas regras de vacinação foram implementadas após consultas com representantes de diferentes setores.
No Brasil, iniciativas semelhantes podem fortalecer a SST em setores de alto risco, como construção civil e mineração.
O diálogo social é essencial para a implementação de medidas eficazes de Saúde e Segurança no trabalho. Governos que priorizam essa abordagem têm maior sucesso na prevenção de acidentes e doenças.
Desafios para o futuro
Apesar dos avanços, a SST o Brasil ainda enfrenta desafios significativos, como:
- Baixa fiscalização em pequenas e médias empresas.
- Falta de conscientização sobre os direitos e deveres relacionados à SST.
- Resistência cultural em adotar mudanças organizacionais.
Superar esses desafios exige um esforço conjunto de governos, empresas e trabalhadores, além de políticas públicas que incentivem a prevenção.
A Saúde e Segurança no Trabalho é muito mais do que uma exigência legal: é um compromisso com o bem-estar dos trabalhadores e o futuro das empresas.
A falta de medidas preventivas pode trazer além de prejuízos, mortes que poderiam ser evitadas com mudanças relativamente simples.
Investir em SST não apenas reduz acidentes e custos, mas também melhora a qualidade de vida no ambiente de trabalho. Com a combinação de legislação robusta, cultura organizacional preventiva e tecnologias avançadas, é possível construir um futuro mais seguro para todos.
A SST, quando aplicada de forma eficaz, torna-se uma vantagem competitiva, protegendo vidas e fortalecendo a economia. Para empregadores ou trabalhadores, a segurança no trabalho deve ser uma prioridade diária, pois os benefícios ultrapassam os limites da empresa, impactando toda a sociedade.
Conte com a tecnologia da Apdata para ajudar sua empresa na organização dos processos de Recursos Humanos.