A inteligência artificial e o futuro do RH
Tecnologia e Inovação | 10 de maio de 2019
A adoção de tecnologias que possuem conceitos robóticos e de Inteligência Artificial está crescendo aceleradamente. Segundo a pesquisa Global Human Capital Trends (Tendências Mundiais do Capital Humano), publicada em março de 2018 pela empresa de consultoria Deloitte, 47% de seus entrevistados afirmam que seus negócios estão envolvidos em projetos de automação, com 24% utilizando IA em tarefas de rotina.
Mais do que uma forma de automatizar e acelerar processos, a IA deve ser vista como uma oportunidade de repensar a própria estrutura de trabalho, extraindo o melhor que humanos e máquinas podem oferecer. Quando trabalhando em conjunto, esses fatores podem redefinir a força de trabalho.
A tecnologia no RH
O uso de tecnologias com conceito de IA na automação de processos operacionais promete abrir novas frentes para o setor de RH. Algumas das possibilidades são:
- Oferecer experiências personalizadas aos funcionários
A IA pode ser implementada em programas de integração de funcionários, intermediando ou até mesmo substituindo o atendimento presencial do RH, ao tirar dúvidas e resolver problemas simples.
- Automatizar tarefas
Dessa forma, os profissionais do setor podem aumentar o foco em funções mais estratégicas, como orientações e feedbacks.
- Recrutar de forma inteligente
Com a automação de entrevistas, feedbacks aos candidatos e respostas a questões em tempo real, ela melhora o processo de recrutamento. Também é possível fazer uma análise mais inteligente dos candidatos, filtrando as melhores combinações com as vagas em questão.
- Treinamento e integração
Após a contratação, softwares automatizados podem fazer o planejamento do treinamento de cada funcionário, analisando necessidades específicas e criando programas adaptados, que permitem o acompanhamento constante do processo por parte do setor de RH.
- Suporte no desenvolvimento pessoal
Por meio de mecanismos cognitivos, a IA pode identificar características específicas (até mesmo destacando possíveis líderes), auxiliando na criação de planos de carreira, projeções futuras em planos de sucessão e ações de desenvolvimento tratadas no Plano de Desenvolvimento Individual (PDI).
Com o desenvolvimento acelerado de novas tecnologias, os processos automatizados tendem a tomar um espaço cada vez maior dentro das empresas. Isso não significa, porém, a substituição do elemento humano, e sim uma mudança na demanda por habilidades e força de trabalho.
A máquina como complemento
Segundo a pesquisa da Deloitte, 41% de seus entrevistados consideram a automação um assunto de muita importância, e 42% acreditam que a Inteligência Artificial vai ser vastamente implementada em suas organizações dentro de três a cinco anos. A integração tecnológica, porém, não vai acabar com empregos, como alguns tendem a acreditar. Na realidade, estudos indicam que o oposto deve acontecer.
Há um crescente reconhecimento de que o uso de ferramentas de IA demanda supervisão. A necessidade de haver alguém responsável por conceber, implementar e validar o funcionamento dessas máquinas faz com que o elemento humano se torne ainda mais importante. E ainda assim, vagas de perfil técnico serão uma pequena fração da força de trabalho, segundo pesquisas.
Graças à automação da parte operacional, os empregos que vão surgir tendem a ser orientados ao serviço, se tornando cada vez mais interpretativos e sociais. Dessa forma, vai aumentar a demanda por habilidades essencialmente humanas, como criatividade, empatia, comunicação e capacidade de resolver problemas.
Nesse novo cenário, vai caber às empresas, em especial aos profissionais de RH, repensar a arquitetura do trabalho, analisando como a automação pode ser feita de maneira inteligente. Por meio do foco no treinamento e desenvolvimento de uma nova força de trabalho, vai ser possível integrar pessoas e máquinas de forma eficiente, trazendo assim os melhores resultados.