Como criar uma cultura com resiliência à transformação digital?
Tecnologia e Inovação | 05 de maio de 2020
As empresas que dominam os mercados na atualidade ou são aquelas consolidadas há muitas décadas (tradicionais) ou então são os “unicórnios”. Esse termo é usado para caracterizar as startups que foram avaliadas em um bilhão de dólares (cerca de R$ 5 bi) em um curto período de tempo.
Todas elas têm um desafio em comum: precisam ser ágeis e estar dispostas a promover as mudanças impostas pelo mercado.
Obviamente, as startups e empresas de tecnologia têm maior facilidade nesse aspecto, pois foram criadas a partir de uma cultura de inovação e precisaram encontrar formas rápidas de escalar, visto que os recursos financeiros iniciais eram escassos.
Porém, mesmo as empresas mais tradicionais precisaram entender o significado de cultura de inovação e tomar atitudes disruptivas para não perder o espaço que já era delas.
Ou seja, a Transformação Digital chegou para todos: seja para aqueles negócios que nasceram digitais ou para os que estão tendo que se adaptar.
É muito importante frisar que não se trata apenas de implementação de tecnologia. Pelo contrário: o que se vê com frequência são empresas que falham nessa transformação justamente por priorizarem ferramentas e soluções técnicas enquanto deixam de lado as pessoas.
Quando se fala em Transformação Digital pela primeira vez dentro de uma empresa as reações são diversas. Sabe-se que nas organizações há um universo de pessoas com graus de conhecimento e visões diferentes, o que costuma causar insegurança.
Assim, o RH deve promover engajamento e resiliência como forma de ajudar os colaboradores a se adequarem tanto à nova cultura quanto às tecnologias implementadas.
Resiliência na inovação
É importante lembrar que a adoção de novas tecnologias não acontece rapidamente. Devem ser diversos os obstáculos encontrados ao longo do caminho, de forma que a resiliência seja parte da cultura da empresa.
Afinal, é com essa atitude que os colaboradores – sejam da liderança ou não – se sentirão motivados a tentar mais de uma vez.
Assim, o RH precisa estar muito presente no desenvolvimento da cultura corporativa digital. Para estimular e manter a resiliência, ele deve montar uma equipe que será a base da mudança e que estará pronta para aprender e se adaptar.
Não precisam ser as pessoas com as maiores habilidades técnicas dentro de seus setores, mas aqueles que possuem o engajamento e a resiliência dentro de si, sem contar o espírito de liderança. Dessa forma, esses colaboradores se tornarão embaixadores da resiliência dentro de uma cultura de inovação.
Trata-se de uma estratégia orgânica de mudança, ou seja, que é aplicada na prática e por funcionários de todos os níveis. Uma forma de amplificar os resultados é promover a integração entre as pessoas desse grupo e aquelas que se mostram mais reticentes.
Além disso, os profissionais dessa equipe podem atuar como mentores daqueles que encontram maior dificuldade em utilizar a tecnologia que está sendo implementada. Afinal, esse momento deve ser de aprendizado e não de frustração. Obviamente alguns encontram maior dificuldade em alguns processos tecnológicos – e é dever do RH promover capacitação e suporte.
O objetivo da Transformação Digital é descomplicar modelos organizacionais. Portanto, o funcionário precisa entender que, apesar de se tratar de um momento de muitas novidades, o resultado será positivo para todos, incluindo para ele.
Ao final, deve ser feita uma profunda revisão para identificar quais processos são necessários e quais eram importantes apenas quando eram manuais.
O processo de mudança ou criação de uma cultura organizacional não é instantâneo, e a cultura é um reflexo do que os gestores e colaboradores praticam no dia a dia do trabalho e como se relacionam com seus stakeholders. Assim, se sua empresa quer obter sucesso no mundo das inovações, é importante que a resiliência comece a ser estimulada e praticada por todos.