O que esperar do RH 5.0

Para realmente adotar o modelo do RH 5.0, os gestores têm uma série de desafios, alinhando a cultura e o desempenho, aproveitando a tecnologia e a análise de dados. Além disso, maior eficiência e redução de custos sempre estiveram no radar das equipes, mas, agora, pressionado pela economia global e as exigências da nova força de trabalho, o RH 5.0 deve apoiar uma série de iniciativas de negócio, o que move o setor de uma posição de “prestador de serviços” para um celeiro de talentos estratégicos e impulsionador dos resultados do negócio. 

Agilidade é outra palavra-chave para o RH 5.0, contribuindo para o alto desempenho em toda a organização. Para atingir esse objetivo, um dos grandes desafios é a seleção e retenção de talentos, tarefas que estão intrinsecamente ligadas ao bem-estar do funcionário e aos programas de benefícios, treinamento e desenvolvimento e medicina ocupacional.  

Por isso, a estratégia de trabalhar em ações que favoreçam o bem-estar não é opcional. Não no contexto atual de crescentes exigências tanto por parte dos funcionários como do mercado, o que coloca mais pressão nos ambientes de trabalho. Uma pesquisa recente da International Stress Management Association (ISMA-BR) aponta que o Brasil é o segundo país no mundo com o maior número de casos de burnout, ficando atrás apenas do Japão. 

Os especialistas indicam que jornadas prolongadas de trabalho, condições insalubres, cobrança excessiva, excesso de demanda e dificuldade de conciliar a vida pessoal com a rotina no emprego podem ocasionar a síndrome, que atinge 30% dos trabalhadores brasileiros.  

Saúde e bem-estar na mira do RH 5.0 

Saúde e bem-estar são temas que precisam estar na pauta do RH 5.0, aproveitando os insights gerados pelos dados coletados pelos diversos módulos do GA – Global Antares, que entregam uma visão holística de todos os funcionários.  

Os empregadores estão mais conscientes do que nunca da importância do bem-estar dos funcionários e do seu impacto no sucesso dos negócios e podem contribuir para um melhor ambiente de trabalho mantendo a transparência e a comunicação clara dentro da sua organização. 

Os líderes do RH 5.0 também devem continuar a expandir os programas de assistência aos trabalhadores para fornecer uma gama mais ampla de ferramentas, incluindo programas de saúde mental, mais acesso a aconselhamento, planos de saúde e bem-estar e serviços que possam ajudar os colaboradores a adotarem um estilo de vida mais saudável. 

Propósito e felicidade são fundamentais no RH 5.0 

Para que uma abordagem de bem-estar no ambiente de trabalho funcione, uma das metas mais básicas, e que não é fácil de alcançar, é formar gestores que incentivem os colaboradores a redescobrirem o seu propósito no local de trabalho. 

A questão é ajudar a pessoa a responder à pergunta: “Qual é o meu impacto no negócio e na sociedade?” Tendo isso em mente, o nível de retenção aumenta e ajuda os colaboradores a renovarem o sentimento de pertencimento ou não ao trabalho. 

Segundo uma recente pesquisa do Gartner, que ouviu mais de 3.500 empregados, o sentimento de pertencimento e a confiança dos colaboradores nas suas empresas é baixo. Atualmente, apenas 36% dos funcionários relatam alta confiança em suas organizações, menos de um terço sente que são pagos de forma justa e apenas 44% concordam que o compromisso da organização com a Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) é autêntica. 

Vários fatores podem estar contribuindo para esses baixos níveis de confiança e de pertencimento, incluindo: 

• Burnout e frustração com o trabalho 
• Violações de confiança anteriores, como layoffs
• Tecnologia que não conecta o colaborador ao ambiente de trabalho, o que pode ser resolvido, por exemplo, com a implementação de um portal de autosserviço

A verdade é que muitos funcionários estão esgotados e lutando contra o declínio da sua saúde mental. As expectativas dos colaboradores mudaram, e eles buscam um maior senso de propósito dentro e fora do seu ambiente de trabalho. 

Outra estratégia, que é a de implementar um estilo de RH positivo, focado em criar cenários para a felicidade dos colaboradores, não é simples, pois essa proposta de trabalho muitas vezes é percebida como um tanto subjetiva e ligada a questões de autoestima. Porém, existem diversas abordagens, com práticas aplicadas às empresas, que auxiliam na implementação de um modelo de RH 5.0 focado no bem-estar. Aqui estão algumas sugestões: 

• Utilize ferramentas como a psicologia positiva, abordagem através da qual a felicidade é estudada cientificamente e orientada para construir e aperfeiçoar qualidades, focando em uma perspectiva positiva para manter a mente saudável 
• Fomente a resiliência proativa, ou seja, construir a capacidade e as ferramentas para que a pessoa continue trabalhando bem em situações adversas, e não apenas saber como reagir a um evento 
• Concentre-se na necessidade e pergunte o que sua equipe precisa? O ser humano precisa de um salário, mas também, principalmente hoje em dia, de receber comentários do tipo: “Você está indo muito bem”. Esse feedback gera bem-estar e vontade de trabalhar 
• Outra ação básica é entender o que motiva e impulsiona o colaborador no longo prazo e identificar atividades que o levam a obter “um pouco mais” daquilo que o deixa satisfeito 

O RH 5.0 vai além de processos e políticas 

Os esforços para atingir o patamar do RH 5.0 continuam a expandir-se para além de processos e políticas. O local de trabalho moderno exige o equilíbrio de políticas adequadas com a tecnologia emergente, as novas necessidades empresariais e os desejos dos funcionários.  

À medida que os funcionários exigem mais do que nunca dos empregadores e a competição para reter os melhores talentos só aumenta, os gestores do setor desempenharão um papel crucial para garantir o sucesso do negócio, engajando e “cuidando” da força de trabalho. E o caminho está na implementação do RH 5.0. 

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