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PCD no trabalho híbrido é igual a novas oportunidades

Tecnologia e Inovação | 15 de fevereiro de 2022

A exclusão dos PCD no mercado de trabalho ainda é gritante, mas o modelo de trabalho híbrido pode ser uma solução bem plausível para este problema. De acordo com o IBGE, apenas 28,3% dos brasileiros com deficiência física em idade de trabalhar (acima de 14 anos) se posicionam na força de trabalho brasileira.   

 

Um levamento realizado pela consultoria Talento mostra que 65% das pessoas com deficiência física já se sentiram discriminados ou excluídos por um colega de trabalho. Mais do que a metade dos entrevistados, ou 59%, já se sentiram prejudicados em um processo seletivo. 

 

A Lei de Cotas para Pessoas com Deficiência Física está completando 30 anos, nesse ano de 2021, e, durante este tempo, obteve avanços que resultaram no emprego de 500 mil pessoas com deficiência no país. O dispositivo determina que empresas acima de 100 empregados precisam reservar vagas para pessoas com deficiência física. Apesar dos avanços, a lei sofre com o desrespeito de muitas empresas e com a falta de fiscais.  

 

De acordo com o Fórum Econômico Mundial, uma em cada seis pessoas tem deficiência no mundo, o que significa que mais de 1 bilhão de pessoas correm risco de exclusão econômica, algo próximo de 15% da população mundial.   

 

O Brasil tem mais de 17 milhões de pessoas com deficiência, de acordo com o IBGE, o que representa 8,4% da população. Deste total, 7,8 milhões (3,8% da população) apresentam deficiência física nos membros inferiores, enquanto 2.7% de pessoas possuem nos membros superiores. Já 3,4% dos brasileiros possuem deficiência visual e 1,1% auditiva.     

 

Uma série de questões retardam mudanças na ampliação do mercado de trabalho, como a falta de representação de deficientes nos conselhos de administração de empresas, a falta de acesso aos locais de trabalho, ideias desatualizadas sobre o que pessoas com deficiência podem oferecer e o quanto podem contribuir para resultados positivos, tanto para a empresa, como para investidores.  

 

E este não é um problema que acontece só no Brasil. A instituição de caridade inglesa Scope realizou uma pesquisa que revelou uma lacuna para pessoas com deficiência no mercado de trabalho inglês que permanece no preocupante índice de 30%. A pesquisa estima que, no Reino Unido, um milhão de pessoas com deficiência física desejam trabalhar, mas não têm oportunidade.   

 

No entanto, com os efeitos da pandemia, misturando as formas de trabalho e da flexibilidade, e a consolidação do trabalho híbrido, podem resultar em uma esperança renovada de mudança para os deficientes físicos. Para especialistas da Scope, a introdução de medidas de trabalho flexível, algo que pessoas com deficiência física vêm solicitando há anos, é uma positiva mudança de rumo, que não deve ser alterada com a chamada “volta à normalidade”.   

 

Prós e contras de trabalho híbrido para pessoas com deficiência  

 

Existem dois grandes aliados do trabalho híbrido: o uso da tecnologia e a flexibilidade do trabalho, e já começam e promover grandes mudanças para pessoas com deficiência. Softwares permitem que pessoas com deficiência auditiva acompanhem reuniões remotas com o recurso de legendas, assim como dispositivos de áudio-legenda dão a mesma chance a pessoas com deficiência visual.   

 

E o mais importante: empregadores começam a perceber que não é preciso fazer grandes investimentos para obtenção de recursos como estes que vão cada vez mais incluir essas pessoas nesse modelo de trabalho híbrido.   

 

Trabalhar de casa pode beneficiar pessoas com deficiência ao permitir-lhes gerir suas condições de trabalho em um ambiente mais descontraído e acessível, ou simplesmente eliminando a necessidade de deslocamentos estressantes.  

 

No Brasil, o Comitê de Ajudas Técnicas, órgão ligado ao governo federal, instituiu em 2006 o termo tecnologia assistiva, que engloba todo e qualquer produto, prática, metodologia ou estratégia que promovam a melhora das capacidades funcionais das pessoas com deficiência no mercado de trabalho.   

 

Dessa forma, para ser inclusiva a empresa não precisa somente contratar a pessoa com deficiência, mas também proporcionar todos os recursos que permitam que ela possa exercer seu trabalho com segurança e facilidade, o que envolve recursos tecnológicos, mas também de ergonomia e uma série de itens.  

 

É necessário que empresas estejam de fato abertas e predispostas para este tipo de planejamento, oferecendo o suporte necessário. Para isso, é preciso diálogo e compreensão. Para os especialistas da Scope, quanto mais as empresas saberem de deficiências, melhor poderá atender e acomodar estes profissionais. É também preciso cuidar para que os colaboradores em home office não se sintam excluídos do trabalho, dos projetos ou do pensamento da equipe, perante os colegas que estão no regime presencial.  

 

Quer ter maneiras para desenvolver seus funcionários e adaptá-los a esse método de trabalho híbrido? A Apdata tem a solução ideal! Entre em contato e veja como podemos te ajudar.